A Graça Converte e Transforma Pecadores
Vs. 12-17 – Em contraste com a lei que condena
pecadores, a graça converte pecadores! Paulo chama atenção para sua própria
conversão como um exemplo extraordinário do poder da graça. Ela o converteu;
isso é algo que a lei não podia fazer. Os preceitos da lei são inflexíveis e só
podem condenar uma pessoa à morte quando seus preceitos não são cumpridos. Mas
a grandeza do “evangelho da glória” fez com que Paulo (então Saulo de
Tarso) visse a si mesmo de uma perspectiva que ele nunca tinha visto antes – como
um pecador que tinha ficado aquém dessa grande glória (At 9:3-6). Até esse dia,
ele realmente pensava que tinha guardado a lei (At 23:1), mas quando a glória
de Deus brilhou em sua alma, ele fez duas grandes descobertas: primeiro, que
ele era um “blasfemo, e perseguidor, e injurioso [um homem prepotente e
insolente]”. (Ser um “blasfemo” significa que ele quebrou a primeira
tábua da lei; ser um “perseguidor e injurioso” significa que ele também
quebrou a segunda tábua – Tg 2:10). A segunda grande descoberta que ele fez foi
que Cristo é o Salvador dos pecadores.
O evangelho o iluminou; lhe permitiu ver a si mesmo
como um pecador e ver a Cristo como o Salvador. O evangelho fez com que Paulo
visse a si mesmo como Deus o via, e isso o fez se voltar àqu’Ele a Quem ele
tinha rejeitado, confessando-O como “Senhor” (At 9:5). Agora havia duas
coisas divinas que operaram em sua alma: “misericórdia” (v. 13) e “graça”
(v. 14); essas são duas coisas que a lei não pode oferecer às pessoas que compreenderam
que pecaram contra Deus. Veja Hebreus 10:28.
V. 15 – A conclusão da questão é que a “palavra
fiel” que engrandece a misericórdia e a graça de Deus no evangelho é “digna
de toda a aceitação”. Ou seja, é digna de ser aceita por todos os
homens. Se Deus pode salvar “o principal dos pecadores” por meio de Sua
misericórdia e graça, Ele pode salvar qualquer um que aceite a mensagem do
evangelho pela fé!
V. 16 – Paulo menciona um outro motivo pelo qual ele “alcançou
misericórdia” – sua conversão devia ser um modelo (“padrão”) para “os
que haviam de crer nele para a vida eterna”. A misericórdia e graça de Deus
não apenas salvaram Saulo de Tarso do inferno, mas o transformaram em um Cristão
modelo! Pelo poder de Deus, o principal dos pecadores se tornou o principal dos
santos. Isso foi conseguido pela graça – não pela lei. A boa notícia é que essa
mesma graça pode transformar todos os que creem no glorioso evangelho. Já que a
vida Cristã de Paulo é um padrão para nós, não é errado buscar pela graça
imitar sua vida de fé e devoção, sacrifício próprio, etc. (Ef 5:1; Fp 3:17).
V. 17 – Paulo relembra a misericórdia e graça sublimes
de Deus para com ele, dando início a uma doxologia[1] de
louvor “Ao Rei dos séculos, o incorruptível, invisível e único Deus” (JND). Deus é o Rei dos séculos: Ele é
“incorruptível” quanto a Sua natureza divina e “invisível” quanto
aos Seus caminhos insondáveis. Se Timóteo tivesse essa Pessoa excelente diante
de si, não lhe faltaria devoção ou energia ao executar a encargo apostólico de
Paulo.
Assim, esse desvio do assunto principal entre
parênteses nos ensinam que a condição necessária nos santos, para que andem de
acordo com a devida ordem na casa de Deus, não pode ser alcançada pela guarda
da lei, mas por um sentimento de graça trabalhando no coração.
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[1] N.do T.: Doxologia provém do latim doxologia,
que por sua vez vem do termo grego doxa,
que significa “opinião” ou “glória”, com o sufixo -logia, que se refere à expressão oral ou escrita. Portanto, “doxologia” é uma expressão oral ou
escrita de louvor e glorificação.
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