Oração por Aqueles de Fora da Casa
Vs. 3-7 – A casa de Deus não deveria ser apenas um
lugar onde orações sobem a Deus em favor de todos na casa, mas também
deveria ser um lugar no qual um testemunho de Sua graça fluísse em direção a
todos os homens. Por isso, orações devem ser feitas pelo avanço do testemunho do
evangelho aos que estão fora da casa; tais orações são algo “bom e aceitável
diante de Deus, nosso Salvador” (ARA).
V. 4 – A disposição de Deus para com os homens deve
ser conhecida por meio de Sua casa. Seu desejo é duplo – “que todos os
homens sejam salvos” (ARA) e
que todos os que são salvos “venham ao conhecimento da verdade” (Jo
3:17; 2 Pe 3:9; Ez 33:11, etc.). Essas duas coisas devem ser conhecidas pelo
que os homens veem nos Cristãos, e pelo que os homens ouvem dos Cristãos. Isso
significa que todos nós devemos estar
envolvidos no avanço do testemunho do evangelho de uma forma ou de outra. Ao
acrescentar, “e venham ao conhecimento da verdade” aprendemos que Deus
quer que sejamos inteligentes depositários da verdade, para que possamos ser
usados na disseminação dela.
Vs. 5-6 – O testemunho a ser dado é que “Deus é um,
e o Mediador de Deus e dos homens um, o Homem Cristo Jesus” (JND). O
coração dos homens sempre ansiou por um mediador ou um intermediário (Jó
9:32-33); o testemunho do evangelho é que Deus providenciou tal Mediador em Seu
próprio Filho. Para que alguém seja um mediador aceitável entre Deus e o homem,
ele deve ser tanto Deus quanto Homem, ou seja, Cristo. Ser o Mediador nomeado
por Deus chama atenção para o fato da deidade e da humanidade de
Cristo. O fato de que há “um só” mediador indica que os homens não são
capazes de irem a Deus para salvação de qualquer outra maneira que não seja por
meio d’Ele. Alguns nos dirão que devemos ir por meio de Maria, ou pelos assim
chamados santos venerados de antigamente, ou pelo clero, mas o evangelho
declara que os homens devem ir a Deus por meio de Cristo, e por Ele somente (Hb
7:25).
O evangelho afirma que há “um só Deus”. Esta
é a essência da mensagem do Velho Testamento quanto à Pessoa de Deus (Dt 6:4). O
Cristianismo não nega esta verdade, mas acrescenta que, desde que a redenção
foi realizada, existe agora “um Mediador” (Hb 8:6). Como notado no
capítulo 1:1, o uso do termo “Cristo Jesus” indica que o Mediador é um Homem
glorificado à destra de Deus, que realizou a redenção. Não é o Cristo que veio
à Terra como um Homem que é o Mediador. Sua vida, perfeita como foi, não podia
levar o homem a Deus. É a Sua morte, ressurreição, e ascensão à glória que leva os
crentes em favor e bênção diante de Deus (Rm 4:25-5:1). Essa é a verdade que
deve ser anunciada no evangelho.
“O Qual Se deu a Si mesmo” indica o sacrifício voluntário de Cristo (Jo 10:17). Isto
é mencionado pelo menos seis vezes nas Escrituras (Mt 20:28; Gl 2:20; Ef 5:2,
25; 1 Tm 2:6; Tt 2:14). Sua obra consumada na cruz foi “um resgate por todos”
(ARA). Isso indica que um preço foi pago para fazer propiciação “pelo
mundo todo” (1 Jo 2:2, 4:10; Rm 3:25; Hb 2:17). Esse aspecto da obra de
Cristo na cruz tornou a salvação acessível ao mundo todo; isso não significa
que o mundo todo está (ou será) salvo. Propiciação é o lado de Deus da obra de
Cristo, que satisfez as reivindicações da justiça divina em relação a toda
contaminação do pecado na criação. O resultado de a propiciação ter sido realizada
é que agora Deus pode chamar o mundo todo para vir a Cristo, o Mediador, para
ser salvo.
A morte de Cristo na cruz sendo “um resgate por
muitos”, uma expressão encontrada em Mateus 20:28, enfatiza a substituição.
Este é o outro lado da obra de Cristo na expiação. Propiciação é o que é
anunciado aos perdidos no evangelho; substituição é aquilo que deve ser
ensinado aos crentes, onde eles aprendem que Cristo tomou o lugar deles em
julgamento (1 Pe 3:18 – “o justo pelos injustos”). Isso produz devoção
de coração a Cristo. Assim, propiciação é “para todos”, mas substituição
é “para muitos” (Is 53:12; Mt 20:28; Rm 5:19; Hb 9:28), porque nem todos
crerão (2 Ts 3:2). Substituição não é o assunto aqui; Paulo se concentra no
testemunho do evangelho a todos os homens.
Esses fatos do evangelho são um “testemunho que se
deve dar em seus tempos” (TB)
– no Dia da Graça. Deve ser notado aqui que não há menção desse testemunho do evangelho
sendo conduzido por um comitê missionário de evangelistas ou por qualquer outra
organização criada pelo homem. Nós mencionamos isso porque muitos Cristãos têm
a impressão de que a forma como devem cumprir esse chamado é se juntando a
alguma organização evangelística que os equipará e os enviará ao campo
missionário. E, aqueles que não se sentem “chamados” para essa obra, não
precisam se preocupar com evangelismo. No entanto, “testemunho que se deve
dar em seus tempos” deve ser o interesse comum de todos aqueles que compõem a casa de Deus; todos devem estar
interessados e envolvidos – de uma forma ou de outra – em promover esse
testemunho.
V. 7 – Paulo fala de si mesmo como sendo um vaso
especial para esta obra, nomeado por Deus como “um pregador”, “um
apóstolo” e “um mestre” para levar a mensagem ao mundo dos gentios.
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