quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Os Homens


Os Homens

V. 8 – Paulo não se desculpa pelo que ele está prestes a dizer; ele expõe a ordem de Deus de forma clara e simples. Ele mostra, primeiramente, que o testemunho verbal público da casa de Deus deve ser efetuado pelos homens. Ele diz, “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar”. As palavras, “em todo o lugar” são muito amplas e abrangem reuniões públicas de qualquer tipo – reuniões de assembleia, etc. Paulo não proíbe as mulheres de orarem (1 Co 11:5; 1 Pe 3:7), mas ele nunca diz que elas devem orar “em todo o lugar” como os homens. Assim, concluímos a partir disso que os homens devem fazer as orações públicas na casa de Deus. Em outra parte, Paulo indica que os serviços de pregação e ensino públicos também devem ser realizados pelos homens. Em relação a essas funções públicas, Paulo diz, “falem dois ou três profetas” (1 Co 14:29). Ele não diz, “falem duas ou três profetisas”.
Fica claro a partir dessa passagem que todas as ações públicas na casa de Deus devem ser realizadas pelos homens. Em muitas igrejas denominacionais esse privilégio tem sido limitado a uma classe especial de pessoas – os assim chamados Pastores ou Ministros, mas não é isso que Paulo ensina aqui ou em qualquer outro lugar em suas epístolas. Ele não diz, “Quero que o clero ore”. Nem diz, “Quero que os homens com dons orem”. Ele diz simplesmente, “os homens”. Isso se refere aos homens em geral sendo os porta-vozes públicos do povo de Deus. Assim, sempre que um grupo misto de Cristãos estiver reunido para orar ou em outras circunstâncias, devem ser os homens e não as mulheres, quem devem executar essa função sacerdotal.
Três coisas devem caracterizar os homens ao exercitarem seu sacerdócio publicamente: Em primeiro lugar, eles devem fazê-lo “levantando mãos santas [piedosas – JND] a Deus. Com base em outras referências do Novo Testamento (Gl 2:9; Hb 12:12; Tg 4:8, etc.) nós aprendemos que o Espírito de Deus usa “mãos” em um sentido figurado, e concluímos que ele usa esse termo do mesmo modo aqui. Assim, os homens não devem levantar suas mãos a Deus literalmente quando eles oram, mas metaforicamente. Isso nos fala de se aproximar ou chegar perto de Deus em expressada dependência. Ao especificar que suas mãos devem ser “santas”, Paulo indica que as vidas dos homens que oram publicamente devem estar de acordo com a santidade que caracteriza o Deus a Quem eles se dirigem (1 Pe 1:16). De modo semelhante, Isaías alertou os sacerdotes de sua época, “Purificai-vos, os que levais os vasos do Senhor” (Is 52:11). Nada poderia ser mais incoerente e abominável do que alguém que se ocupa dos privilégios sacerdotais publicamente cuja vida em privado está em desordem e impiedade. Tal hipocrisia é da pior espécie e não está de acordo com “o testemunho a ser dado” neste “tempo oportuno”.
Em segundo lugar, os homens devem orar “sem ira”. Isso significa que nossas orações não devem ser vingativas ou maliciosas. A oração pública não deve ser usada para fazer ataques velados a alguém. Ter maus sentimentos em relação a alguém e orar contra ele certamente não está em sintonia com o espírito da graça Cristã. Orações desta natureza manifestam um espírito implacável, que é tudo menos Cristão em seu caráter.
Em terceiro lugar, os homens devem orar sem “contenda” [interpretação JND]. Aqueles que lideram nas orações públicas dos santos devem orar com fé, crendo que se suas petições estão de acordo com a vontade de Deus, elas serão atendidas (1 Jo 5:14-15). Como pode alguém liderar os santos em oração quando não crê que Deus irá responder a oração?
Às vezes os homens não participam das orações públicas na assembleia porque eles sentem que não estão numa condição sacerdotal para fazê-lo. Mas desistir da função sacerdotal por causa de uma má condição de alma não é a solução. A solução é que os homens julguem a si mesmos para que estejam em uma condição correta para que o Espírito de Deus os conduza nessa função pública. Isso nos mostra que uma coisa é ser um sacerdote e outra é estar numa condição sacerdotal.

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