Supervisores (Anciãos)
Cap. 5:17-19 – Paulo prossegue para falar sobre como
os “anciãos” devem ser tratados. Isso se refere àqueles no ofício de
ancião/supervisor/guia na assembleia; não são simplesmente aqueles irmãos mais
velhos, como no verso 1. Esses supervisores cuidam do rebanho numa esfera local
e devem ser respeitados.
Logo vemos que Paulo não vê todos os
supervisores/anciãos como tendo a mesma distinção de honra. Ele diz: “Os
anciãos que governam bem [lideram
bem entre os santos – JND] sejam tidos por dignos de duplicada honra,
especialmente os que trabalham na palavra e na doutrina [em palavra e em
ensino – JND]”. Baseado nisso alguém pode concluir que se um
supervisor/ancião não governa “bem” não devemos honrá-lo ou nos
submetermos a ele. Mas, ao especificar que alguns que deviam receber “duplicada
honra” Paulo mostra que honra deve ser mostrada a todos os
supervisores/anciãos que estão nesse lugar de responsabilidade. Honra deve ser
dada a eles por causa do que é devido ao ofício que eles ocupam na casa de
Deus, e uma honra adicional deve ser dada àqueles que fazem isso “bem”.
Em seguida, Paulo mostra que há alguns anciãos que devem ser honrados até mesmo
além disso – aqueles que governam bem, e que também “trabalham em palavra e ensino”.
Isso é mostrado quando Paulo diz, “Especialmente ...”. O Sr. Kelly aponta essas três distinções, afirmando que deve haver “honra em seu ofício,
honra por ter cumprido o papel de maneira excelente, e distinção especial para
aqueles dentre os anciãos que trabalham em palavra e ensino”. O fato de que ele
distingue entre aqueles que ensinam e aqueles que governam bem, mostra que nem
todos os supervisores/anciãos ensinam, mas é bom e útil se puderem fazê-lo.
V. 18 – Aqueles supervisores/anciãos que “governam
[lideram] bem” e “trabalham em palavra e ensino” devem ser
recompensados pelo seu serviço. Paulo não está se referindo a uma recompensa
futura que ele certamente irá receber no tribunal de Cristo (2 Co 5:10; 1 Pe
5:4), mas a uma ajuda ou assistência em necessidades práticas. Isso pode ser um
apoio financeiro da assembleia local em que eles residem e trabalham, se eles
precisarem disso. Paulo cita um verso do Velho Testamento (Dt 25:4) e um verso
do Novo Testamento (Lc 10:7) para apoiar essa ideia. Nota: o evangelho de Lucas
é citado e classificado por Paulo como “Escritura” mostrando que alguns
dos livros do cânone do Novo Testamento já eram reconhecidos como inspirados
por Deus naquela época.
V. 19 – Paulo não descartou a possibilidade de um
supervisor/ancião vir a cair, mas afirmou que deveria ser algo que pudesse ser
provado com “duas ou três testemunhas”. Esse verso tem uma aplicação
especial para a assembleia em Éfeso onde Timóteo tinha que permanecer e
trabalhar (cap. 1:3). Em Atos 20:30, Paulo havia alertado que alguns dos
anciãos naquela cidade estavam se tornando falhos, e as instruções que ele deu
a Timóteo aqui sobre como lidar com eles seriam necessárias.
Todos os casos de mal na assembleia devem ser provados
antes de ações serem tomadas, especialmente quando se trata de anciãos. O fato
de Paulo dizer que deve haver a devida comprovação de infração demonstra que
podem surgir acusações infundadas contra um ancião. A natureza da obra de um
supervisor faz com que ele fique sujeito a mal-entendidos e a ataques. Um
supervisor, tendo que lidar às vezes com os erros de outros, pode levar ao
ressentimento e rancor naqueles que tenham sido admoestados e isso pode
resultar em retaliação com algumas acusações injuriosas contra o ancião. Por
isso, com essa possibilidade sempre à espreita, todas essas acusações devem ser
devidamente comprovadas. Isso mostra novamente que aqueles no papel de
liderança na assembleia são um alvo para o inimigo, e ataques em forma de
acusações virão em direção àqueles nessa posição.
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