Viúvas (Velhas e Jovens)
Cap. 5:3-16 – Sabendo que Satanás usou a assistência
às viúvas para causar o primeiro problema na Igreja (At 6), Paulo dedica
atenção especial para tratar de coisas que dizem respeito a elas. Suas
observações mostram que há vários tipos de viúvas e que elas devem ser tratadas
de uma maneira diferente.
Vs. 3, 5, 8 e 16 – Há, antes de tudo, aquela que é “verdadeiramente
viúva”. Essa é uma irmã (sem especificar a idade) que vive uma vida
verdadeiramente de viúva – ela é realmente necessitada e desamparada. Ela “é
deixada sozinha” (JND), sem recursos e, sentindo a dor de sua viuvez, ela
colocou sua confiança no Deus vivo, e clama a Ele por ajuda com “súplicas e
orações, noite e dia” (v. 5). Essas devem ser honradas e ajudadas
financeiramente. Elas devem ser “inscritas” na lista de indivíduos que a
assembleia ajuda periodicamente (v. 9), porque elas estão habilitadas a essa
assistência.
Cap. 5:4 – Em seguida há uma outra classe de viúvas
que têm “filhos ou netos” na Igreja.
Esses descendentes devem “exercer piedade” e “recompensar seus pais”, as mães que ficaram viúvas,
atendendo às suas necessidades financeiras. Nesse caso a assembleia não deve se
encarregar pelo sustento dessas viúvas. Paulo diz que é “bom e agradável
diante de Deus” que suas famílias cuidem delas. Se os descendentes
imediatos na família ignorarem essa responsabilidade, eles estarão, na prática,
negando “a fé” e alguém que age assim deve ser considerado “pior do
que o infiel” (v. 8).
Cap. 5:6-7 – Em seguida há viúvas que “vivem em
deleites”. Essas são capazes, evidentemente, de prover para si mesmas com
seus recursos particulares, mas preferem viver segundo a carne. Paulo diz que
uma viúva assim “apesar de viver, está morta” (TB). Isso não significa que ela não seja salva, mas que ela vive
sem comunhão com Deus. O aspecto de morte aqui é morte moral – uma separação
prática de Deus. Em Romanos 8:13, Paulo fala desse tipo de morte: “Porque,
se viverdes segundo a carne, morrereis”. Todas aquelas que vivem dessa
maneira não devem receber apoio financeiro da assembleia, pelo contrário, deve
ser exigido delas que vivam de uma maneira “irrepreensível” diante de
Deus e dos homens.
A verdade do verso 8, evidentemente, se aplica a
outros além das viúvas, pois até mesmo um incrédulo (“um infiel”) sabe
que é sua responsabilidade cuidar “dos da sua família”. Por outro lado,
a instrução do apóstolo nesse verso pode ser mal aplicada e usada como desculpa
para não nos dedicarmos à obra do Senhor como deveríamos. Podemos afirmar que estamos
cuidando das nossas famílias ao guardar recursos para a próxima geração – e não
há nada de errado em fazer isso – mas isso não deveria ser usado como um
pretexto para encobrir motivos egoístas. Muitas vezes a totalidade desses
recursos não consagrados acaba sendo desperdiçada pelos filhos, ao invés de
serem usados para o Senhor.
Cap. 5:9-10 – Há também viúvas mais velhas que têm
servido fielmente ao Senhor durante muitos anos. Essas devem ser “inscritas”
na lista de indivíduos que a assembleia deve ajudar periodicamente, porque elas
são dignas dessa assistência.
Cerca de oito características
são mencionadas:
- Acima de “sessenta anos” – Essas mulheres honrosas devem estar livres de encargos financeiros em seus últimos anos de vida.
- “Mulher de um só marido” – Paulo não está dizendo que viúvas não devem se casar de novo pois no verso 14 ele incentiva isso, se elas forem mulheres jovens. (Veja também 1 Co 7:39).
- “Tendo testemunho de boas obras” – Ela tem um bom testemunho público.
- Tenha criado “filhos” – Isso não está necessariamente se referindo a sua própria família, mas a filhos espirituais na família da fé, pois se ela tivesse seus próprios filhos, eles deveriam socorrê-la (vs. 4, 16). Se tivesse falando de seus próprios filhos, então talvez eles não fossem salvos ou não estavam vivos. Se eles não estivessem cuidando dela, eles estariam sendo piores do que os infiéis.
- Tenha exercitado “hospitalidade” – Sua casa está aberta aos santos que viajam pela região onde ela mora.
- Tenha lavado “os pés aos santos” – Isso é linguagem figurada que significa executar com humildade serviços braçais para os santos.
- Tenha socorrido os “aflitos” – Ela esteve empenhada em um ministério de cuidado prático dos santos atribulados.
- Tenha se dedicado às “boas obras” – Ela é caracterizada pela dedicação no serviço; não é preguiçosa.
Cap. 5:11-15 – Por fim, há “viúvas jovens”;
essas, a assembleia deve “rejeitar” (ARA) dar-lhe assistência
financeira. Colocá-las na lista de auxílio periódico pode ser prejudicial para
elas e para a comunhão dos santos. Não tendo que se lançar em dependência sobre
Deus em suas necessidades diárias, elas podem se tornar insatisfeitas com sua porção
na vida como viúvas e “se tornarem levianas contra Cristo”. Caindo em
uma condição de alma ruim, elas poderão “aniquilar a primeira fé”
(abandonar sua confiança no Senhor) e imprudentemente entrar em outro casamento
que pode não ser “no Senhor” (1 Co 7:39).
“Querer se casar” não é errado, Paulo recomenda que as viúvas jovens
deveriam se casar novamente no verso 14. Mas fazer isso por vontade própria as
tornam “culpadas” (v. 15 – TB)
de agir de maneira independente. Quando uma pessoa não se submete à carga que
Deus lhe deu para carregar na vida (nesse caso, a perda de um marido), em seu
espírito insatisfeito e condição de alma ruim, ela pode ser usada pelo inimigo
para arruinar a comunhão dos santos. Elas podem se tornar “ociosas, andando
de casa em casa” como “faladeiras e intrigantes [intrometidas
– JND]” (AIBB).
Para se proteger contra essa tendência, Paulo deseja que
as viúvas “se casem, gerem filhos” e “governem a casa”. Essa é
uma ocupação saudável, e isso ajuda a preservar as viúvas jovens desses perigos
– além de eliminar a “ocasião” ao “adversário de maldizer” o
testemunho do Senhor. Que as irmãs casadas observem: Paulo diz a respeito delas
“Governem a casa”, ele não diz: “Governem seu marido” (v. 14). Isso
mostra que a esfera de responsabilidade delas diz respeito às questões internas
do lar. Paulo informa que, infelizmente, algumas viúvas jovens estavam “indo
após Satanás” no sentido de trabalhar contra o testemunho público da Igreja.
Paulo não diz que as viúvas mais velhas devem se casar
de novo, mas isso não significa que elas não possam; 1 Coríntios 7:39 não
define nenhum limite de idade quanto a um novo casamento. Ele está tratando de
uma certa tendência entre irmãs mais jovens que aquelas que são mais velhas e
mais maduras na fé não deveriam ser suscetíveis. Uma mulher Cristã madura não
deveria precisar da preocupação com o cuidado de filhos e responsabilidades
familiares para canalizar suas energias, e assim se distrair das ocupações
carnais de tagarelar e se intrometer entre os santos. Com essa idade, a
experiência dela com o Senhor no caminho Cristão deveria ter lhe ensinado a
andar no Espírito, e assim julgar as tendências carnais que tendem a afetar
crentes mais jovens.
Cap. 5:16 – Paulo resume suas observações anteriores
afirmando que apenas aquelas que são “verdadeiramente viúvas” devem ser
sustentadas pela assembleia; todas as outras devem ser recusadas. Ele diz, “Não
se sobrecarregue a Igreja [Assembleia
– JND]” por viúvas cujos parentes podem cuidar delas. “Esta”
(a assembleia) (ARA) só deve “socorrer as que verdadeiramente são viúvas” (ARA).
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