Novas Associações
Cap. 5:22-25 – Paulo então alerta Timóteo sobre os
perigos das associações – não apenas com pessoas, mas também com o vinho. Como
Timóteo devia representar Deus ao ajudar os santos na casa de Deus, ele devia ser
cuidadoso sobre com quem (e com o que) ele se associaria. Paulo, portanto, dá a
ele alguns princípios orientadores que são úteis para todos na casa de Deus.
V. 22 – Timóteo devia ser especialmente cuidadoso com
novas associações. Ele não devia “impor precipitadamente as mãos” sobre
ninguém. Como foi dito no segundo capítulo, a referência a “mãos” na
Escritura é frequentemente uma figura de linguagem simbolizando identificação
com alguém ou alguma coisa (Lv 1:4; Nm 8:10, 27:18; Gl 2:9). Timóteo não devia
se identificar com homens cujo caráter não era conhecido. Ele devia ir devagar
ao fazer novos amigos pois ele poderia facilmente se tornar um “participante”
dos “pecados alheios” por sua identificação com eles, se ele não fosse
cuidadoso. Ele devia se manter “puro”. A lição para nós aqui é a de nos
certificarmos de escolher cuidadosamente nossas companhias (Sl 119:63).
Esse verso não está se referindo diretamente à
recepção à Mesa do Senhor, como alguns imaginam, mas à comunhão pessoal na casa
de Deus. No entanto, o princípio contido no verso pode guiar os irmãos no
tocante à recepção. Isso nos mostra que se indivíduos devem ser cuidadosos com
suas associações pessoais, a assembleia certamente também deve.
O verso 23 é um parêntese. Isso mostra que há não apenas
pessoas, mas também coisas e práticas com as quais os Cristãos precisam ter
cuidado em se associar. Podemos ver pela ordem de Paulo em relação ao “vinho”
que Timóteo foi cuidadoso em manter sua pureza pessoal e tinha procurado se
distanciar do vinho por causa do testemunho. No entanto, sua consciência
sensível precisava de esclarecimento. Ele precisava entender que ele não
estaria correndo qualquer perigo se usasse vinho como medicamento – “por
causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades”. Timóteo não
deveria buscar um milagre para o seu mal-estar, mas devia usar os meios
disponíveis para ele para cuidar de sua saúde. Nesse caso “um pouco de vinho”
ajudaria. Isso nos ensina que não devemos rejeitar as misericórdias que o Deus
Criador disponibilizou em Sua criação para as necessidades de Suas criaturas.
No entanto, é triste dizer, alguns Cristãos entendem
que isso significa que é bom e aceitável para os Cristãos ingerir bebidas
alcoólicas pelo prazer pessoal. Mas Paulo não diz a Timóteo para tomar vinho
por causa do prazer, mas por causa de sua saúde. Não há qualquer autorização
nesse verso para a bebida social. Há muitos Cristãos que amam o remédio de Paulo,
mas que não têm a enfermidade de Timóteo!
O vinho, embora não seja proibido para os Cristãos,
deve ser tratado com cuidado por eles por pelo menos três motivos:
- O risco de ser pessoalmente tentado e de acabar sendo dominado por ele (1 Co 6:12; Pv 20:1, 23:29-35).
- O risco de fazer tropeçar um irmão mais fraco na fé (1 Co 8:9-13).
- A possibilidade de trazer reprovação contra o testemunho Cristão (2 Co 6:3).
V. 24 – Paulo
explica porque Timóteo não deveria se precipitar em fazer novas associações
na casa de Deus. Há duas classes de pecados que os homens podem praticar:
aqueles que são “manifestos” e aqueles que são ocultos e “manifestam-se
depois”. A vida de alguns homens é como um livro aberto; seus erros são de
conhecimento público; outros vivem mais reservadamente e por isso seu
verdadeiro caráter só vem à tona posteriormente.
V. 25 – Paulo mostra que isso se aplica também às “boas obras”. Uma pessoa pode ser bem conhecida
por suas obras de serviço porque ela tem um perfil público de destaque entre os
irmãos, e uma outra, que segue com o Senhor discretamente, seu serviço não é conhecido
publicamente. Dessa forma, a lição aqui para Timóteo (e para nós) é não julgar uma
pessoa pelas primeiras impressões – nem pelo mal nem pelo bem. Se levarmos
tempo até formarmos nossos julgamentos sobre personalidades, seremos muito mais
precisos – e poderemos nos livrar de alguns constrangimentos ao tirar
conclusões erradas precipitadamente. O tempo é um grande examinador; ele
revelará o verdadeiro caráter de uma pessoa. Portanto, Timóteo devia ir com
calma nisso.
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